Lula pede ‘mutirão’ global por oceanos: ‘Ou agimos ou planeta corre risco’ 2k5e3x
Presidente defende, em discurso, aumento do financiamento à preservação dos oceanos e da adoção de compromissos vinculantes de desenvolvimento sustentável 6e292c

Em discurso no Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu neste domingo, 8, um “mutirão” global pelo aumento do financiamento à preservação dos oceanos e pela adoção de compromissos vinculantes de desenvolvimento sustentável das atividades econômicas marítimas.
“O planeta não aguenta mais promessas não cumpridas. Não há saída isolada para os desafios que requerem ação coletiva. Ou nós agimos, ou o planeta corre risco”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula criticou o aumento de 9,4% das despesas militares de países desenvolvidos no ano ado, enquanto a assistência oficial dessas nações ao desenvolvimento caiu 7% no período. “Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar”, disse.
Também afirmou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da ONU, dedicado à conservação e ao uso sustentável dos recursos marinhos, tem um déficit de financiamento de 150 bilhões de dólares por ano.
“Recursos insuficientes constituem um problema crônico de várias iniciativas multilaterais. No ano ado, saímos da COP de Baku com resultados aquém do esperado. Para reverter esse quadro, a presidência brasileira da COP30 e o Azerbaijão estão construindo o mapa do caminho Baku-Belém”, declarou Lula.
Para o presidente brasilerio, as instituições financeiras internacionais têm um “papel central” a cumprir, e existe a necessidade por bancos multilaterais “melhores, maiores e mais eficazes”. Ele defendeu instrumentos como a troca de dívida por desenvolvimento e a emissão de direitos especiais de saque, pedindo urgência para desburocratizar o o a fundos climáticos.
Lula elogiou a adoção, pela Organização Marítima Internacional, de metas vinculantes para zerar as emissões de carbono na navegação até 2050, que, segundo ele, “promete multiplicar a demanda por energias renováveis” e “reduziria a dependência global de combustíveis fósseis, acelerando a transição justa”.
“Falta-nos concluir instrumento vinculante para acabar com a poluição por plástico nos oceanos e avançar na ratificação do novo tratado para a biodiversidade nas águas internacionais”, afirmou Lula.