
Em busca de capturar o público infanto-juvenil tomado pelas telas, Tomaz Viana, o Toz, e Daniela Vieira, CEO da Oven Entertainment, se juntaram para criar o canal de animação de Nina&Shimu. O universo criado por Toz, nascido com traços, cores e texturas de graffiti nos muros do Rio de Janeiro, agora ganha novas narrativas e nuances para as telas verticais das redes sociais. “O universo foi se desenvolvendo na rua, inspirada nas pessoas que estavam ao meu entorno – na minha sobrinha que tinha acabado de nascer, que é a Nina, no cachorro, que é o Shimu”, diz Toz à coluna GENTE.
Para Daniela, as crianças e adolescentes são envoltos de conteúdos que não condizem com suas idades – durante a pandemia, o esvaziamento de ofertas de filmes para menores de idade forçou o público infanto-juvenil a crescer de maneira rápida. “A gente ou a lidar com uma geração que começou a ouvir falar de morte, morte iminente, morte do parente, medo, assuntos que não pertenciam ao universo de crianças e pré-adolescentes. Naturalmente, elas começaram a se desinteressar daqueles conteúdos que já não traziam nada muito conectado com aquela realidade. A geração de 9 anos para cima é pós-pandêmica”, analisa Daniela.
Além disso, segundo Toz, trazer a imagem da personagem principal é uma maneira de empoderar meninas e meninos a serem autênticos. “A Nina tem a personalidade de um adolescente com dúvidas, com vontade às vezes erradas, influenciando de forma nem sempre assertiva na vida dos amigos. Por isso não é uma heroína, é uma personalidade feminina, adolescente, com suas questões. Ela é um grafite feminino, é uma forma de expressar essa idade, que tem todas essas questões que não é de hoje, é de sempre”. Apesar das similaridades com o público jovem, a animação ainda não tem uma grande base de espectadores no Brasil – no entanto, Daniela acredita que, ao juntar redes sociais com os conteúdos animados, mais pessoas serão atraídas pelo universo de Toz. “A gente procurou investidor privado, levantou recursos e investiu os próprios recursos no desenvolvimento dessa série. Estamos num mercado, numa era audiovisual, onde as plataformas, os canais vão cada vez mais; se eles não tratarem os criadores de uma maneira diferente, vão cada vez mais virar commodity“.
Para levar o projeto à frente, a Oven investiu 1,5 milhão de reais; e é o primeiro da empresa de entretenimento. O conteúdo, compartilhado por Instagram e TikTok fala da história de Nina em uma turma de pré-adolescente, de seu cachorro Shimu e do Bebê Idoso, amigo ranzinza e complexo – todos eles, agora, são animados e compartilhados em vídeos curtos e memes para qualquer usuário. “A gente conseguir democratizar o o à arte, isso não exclui as artes fine arts, mas a gente fala muito sobre isso também, de fazer a arte chegar em mais pessoas e essa foi uma outra razão da gente ter escolhido as redes sociais também, que são amplamente adas por muitos jovens de diversas camadas sociais”, finaliza Daniela.