Dólar e Ibovespa recuam de olho em corte de juros na Zona do Euro e anúncio de pacote fiscal

Banco Central Europeu reduz juros do bloco de 2,25% para 2%; Haddad deve anunciar resolução sobre aumento do IOF neste domingo

Por Leticia Yamakami SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2025, 17h36 - Publicado em 5 jun 2025, 17h08

EUFORIA - A bolsa em São Paulo: o número de investidores dobrou na crise - — Ibovespa (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Nesta quinta-feira, 5, o dólar fechou em queda de 1,05%, cotado a 5,58 reais, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou baixa de 0,56% no fim do pregão, aos 136.236 pontos. Hoje, os negócios se movimentaram em meio ao novo corte de juros do Banco Central Europeu (BCE) e às expectativas para a divulgação do payroll, relatório de emprego americano, e a decisão final sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Brasil.

No exterior, as atenções se voltaram à decisão do Banco Central Europeu de reduzir em 0,25 ponto percentual a taxa de juros da Zona do Euro, a reduzindo de 2,25% para 2%. Segundo a instituição monetária, a medida é uma reação à queda da inflação – que está a 1,9%, um pouco abaixo da meta de 2% ao ano –, ao fraco crescimento da economia do bloco e à incerteza mundial causada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à guerra comercial que impôs aos países do globo. Na prática, a região a a ter juro real zero.

Os investidores também receberam, com menor destaque, o número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Na semana encerrada em 31 de maio, as solicitações somaram 247 mil, acima das expectativas de analistas, que projetavam 235 mil. O resultado representa um aumento de 3% sobre as 239 mil solicitações da semana anterior e é o maior desde outubro de 2024, de acordo com o relatório do Departamento do Trabalho. Segundo a imprensa americana, os números reforçam a avaliação de que a economia dos Estados Unidos está perdendo tração, sobretudo após o caos global causado pelo “tarifaço” de Trump.

Agora, os investidores também aguardam a divulgação do payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos, que acontecerá amanhã. Ele é um indicador econômico muito importante para medir o aquecimento da economia do país, já que representa o número total de novos postos de trabalho criados.

No cenário doméstico, o mercado ainda opera de olho nas medidas de ajuste fiscal alternativas ao aumento do Imposto de Operações Financeiras (IOF), que devem ser apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste domingo, 8. A nova estratégia estudada pelo governo inclui medidas voltadas à ampliação da arrecadação do país, a fim de conseguirem cumprir a meta fiscal do ano.

No campo político, repercute também a nova pesquisa Genial/Quaest, que apontou redução da vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a outros candidatos à presidência em simulações de segundo turno para as eleições de 2026. O levantamento reforça o clima de incerteza no horizonte político, o que pode impactar o apetite por ativos brasileiros nos próximos meses.